Identités en Mouvements - Toulouse Apresentação
Apesar da pandemia, das regras sanitárias, das dificuldades ligadas à vacinação e aos protocolos de viagens para países estrangeiros, a quarta e última mobilidade do projeto Identités en Mouvements aconteceu no período de 27 de setembro a 3 de outubro de 2021.
Inicialmente prevista para acontecer em junho de 2020 e remarcada em duas oportunidades por conta da pandemia, a mobilidade acabou sendo possível quando o governo francês abriu novamente as suas fronteiras para os brasileiros vacinados a partir do mês de julho. Dessa forma, um grupo de 10 brasileiros pôde encontrar mais uma vez com outros 10 beninenses, 10 guianenses e 10 franceses, na cidade de Toulouse.
Infelizmente, os mais jovens que viajaram para os outros países em 2019 e 2020 não conseguiram participar dessa mobilidade na França, uma vez que não estavam vacinados; também, um dos educadores não pode participar pois foi vacinado com uma vacina não aceita pela União Europeia. Dessa forma, quatro novos integrantes, vacinados em agosto, se juntaram à equipe da Fundação Pierre Verger: Vovó Cici, Emerson Cabral e Mestre Carcaça, todos tendo ajudado em 2019 a receber, na Fundação, os grupos dos outros países; participou também, Ariuma dos Santos, educadora do Projeto Quabales, que se tornou parceira da Fundação na época do projeto 150 FOTOS PELA BAHIA.
Com o esquema vacinal completo, a turma viajou para Toulouse na França e na ida conseguiu uma escala em Paris, onde visitou cartões postais do país como o Arco do Triunfo, a Torre Eiffel e o Café de Flor.
Em Toulouse passaram cinco dias bem inesquecíveis. Os organizadores da Associação Samba Resille, anfitriões dessa mobilidade prepararam uma programação bem diversificada e intensa, propondo intercâmbios culturais entre os integrantes das outras delegações, com participação nas atividades desenvolvidas pela associação e descoberta da cidade de Toulouse e dos seus arredores.
INTERCÂMBIO CULTURAL
Mais uma vez a mobilidade foi uma oportunidade para o encontro e reencontro de jovens e educadores provenientes de diferentes culturas: guianenses, europeus, afrodescendentes e indígenas, beninenses e franceses. Aconteceram diversas apresentações musicais, contação de histórias com Vovó Cici e com um griot franco- -senegalês, atividade de capoeira, workshop nas temáticas do carnaval, do candomblé, do samba, oficina de Tembé (escritura artística bushnengué) entre outras.
COMPARTILHAMENTO DAS ATIVIDADES DE SAMBA RESILLE
A Associação Samba Resille, proponente e principal organizadora do projeto, é um parceiro da Fundação Pierre Verger há mais de 15 anos e compartilhou suas atividades cotidianas com os convidados. Dessa forma, os participantes tiveram a oportunidade de realizar algumas das oficinas propostas pela associação, notadamente destinadas a um público infantil ou com deficiência psicológica, a exemplo da oficina de Greg que, através de ritmos de batucadas e do carnaval, cria uma integração fantástica de jovens deficientes cuja habilidade não difere de outras pessoas; as contações de histórias de Hugues, que aproveitou contos de Vovó Cici para ensinar jovens franceses através das mitologias dos Orixás; ou os trabalhos de Fabien, músico e criador de instrumentos que encantam aos mais jovens entre outros. A Samba Resille tem um papel importante de atuação cultural no lugar onde está instalada a sua sede e é uma das principais instituições que organizam o carnaval de Toulouse.
DESCOBERTA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Para a maioria dos membros da equipe brasileira, essa viagem foi a oportunidade de descobrir a cultura francesa e europeia. Não somente através das atividades, mas também da visita aos espaços geográficos de Toulouse e da sua região. Muitos ficaram admirados com a organização do centro da cidade, a possibilidade de caminhar tranquilamente pelas pequenas ruas da Cidade Rose (nome dado devido ao tipo de tijolos usados na construção de edifícios e casas) e pelos monumentos mais antigos, especialmente as catedrais e igrejas. Conheceram A Virgem Negra – cujo nome provém da madeira escura usada para fazer a escultura e não de uma eventual origem afrodescendente do santo – e uma catedral construída há mais de dez séculos, cujo arcebispo foi, em seguida, um dos papas, além de outros monumentos antigos.
Também não podia deixar de ver um pouco do interior da França e tiveram a oportunidade de compartilhar um almoço na estação de sky da Superbangnères que nessa época ainda não estava coberta de neve.
Apesar das dificuldades de transportes no retorno, devido aos atrasos dos voos e das exigências sanitárias muitas vezes difíceis de serem entendidas, os 10 integrantes retornaram ao Brasil cheios de imagens, amizades e na esperança que acontecerão outras oportunidades nas quais a Fundação Pierre Verger desenvolverá projetos que permitam intercâmbios com jovens e educadores de diferentes culturas.