Sua história
Esse depoimento provêm de uma entrevista que foi realizada na Fundação Pierre Verger, dia 19 de agosto de 2015, por Roberta Gravina e Alex Baradel.
Dona Cicí é parte do patrimônio vivo da Fundação Pierre Verger. No pátio do Espaço Cultural, durante duas horas, ela falou com seu dom de contar histórias, da relação com Pierre Verger, de tudo que aprendeu com o fotógrafo durante o período em que trabalhou com ele, entre final de 1994 até sua morte em 1996 e do trabalho que ela desenvolve atualmente no espaço Cultural. Reserve um tempo e leia abaixo uma entrevista cheia de riqueza. Conheça um pouco da experiência de Dona Cicí e encante-se ainda mais pela cultura afro brasileira e pela história dela com Verger, que ela chama respeitosamente de Pai Fatumbi Pierre Verger.
Informativo: Dona Cicí, conte um pouquinho da sua história
Dona Cicí: Meu nome completo é Nancy de Souza e Silva. Eu nasci no Rio de Janeiro em 1939. Fui bem criada, numa família muito boa e tudo que tive na infância me deu forças para viver até hoje.
Quando menina eu estudava e na época eu conseguia escrever e falar russo, italiano, francês e espanhol.
Eu fugi da escola em 64 por situações políticas. Saí da minha vida de estudante ativista, fiquei muito doente e depressiva. Nessa época eu já era do candomblé, não iniciada, mas já frequentava. E aí eu fui me dedicar a parte de orixá. E isso me deu muita força. Fui me dedicar a outras coisas: a cuidar do espírito. E a partir do momento que conheci meu pai Fatumbi Pierre Verger, aí eu fui aprender a minha história como humana, como negra.