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Fotografias de Verger celebram a diversidade cultural

iguais diferentes capa

Em tempos em que o mundo apresenta o retorno de discursos preconceituosos que carregam a ideia de supremacia cultural, a Fundação Pierre Verger, inspirada na vida e obra do seu criador, colocou em cartaz uma exposição itinerante que chama a atenção, provoca e incita o público a refletir sobre um tema que é, certamente, uma das principais riquezas existentes no mundo: a diversidade cultural.

A exposição “Todos iguais, Todos diferentes?” aderiu ao circuito nacional de instituições e estreou em 2019 no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo. Em seu retorno após a pandemia, a exposição passou pelo Museu de Arte do Rio (MAR) no começo de 2023 e, em julho do mesmo ano, pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS).

Em “Todos Iguais, Todos Diferentes?”, as fotografias de Pierre Fatumbi Verger nos revelam a beleza da pluralidade dos povos e aquilo que foi não apenas o seu objeto de pesquisas e trabalhos, mas, principalmente, o seu objetivo de vida desde que saiu da França, na década de 1930, para buscar o encontro com o outro e consigo mesmo, adotando uma nova forma de viver e de pensar.
A importância e a sinceridade dessas relações formam a tônica da exposição “Todos Iguais, Todos Diferentes?”, cujo projeto se destaca por apresentar retratos produzidos por Verger entre os anos 1930 e 1970, em mais de 20 países dos cinco continentes, respirando, assim, a diversidade e o respeito.

 


Com curadoria de Alex Baradel, a exposição exibe mais de 200 fotografias, apresentadas através de diversos formatos e suportes – ampliações recentes e documentos originais –, baseados em retratos realizados por Verger ao longo da sua vida. A exposição também inclui depoimentos sobre a diversidade cultural, narrados por diversos artistas, intelectuais e pensadores originários dos países visitados por Verger. Entre eles, estão Esteban Volkov e Juan Coronel Riveira, netos de Trotsky e Diego Rivera, respectivamente.
Alex Baradel resume a essência desse pensamento que Verger nos deixou através das suas fotografias: “Elas expressam uma das contradições mais importantes, universais e indispensáveis para um mundo harmonioso, mas que infelizmente é raramente aceita: no fundo, somos todos iguais em sermos diferentes; assim, somos todos diferentes, mesmo sendo iguais ou deveríamos sê-lo”.
O conceito da exposição também pode ser apreciado através do livro homônimo, lançado em 2019 durante a programação do FOTO MIS 2019, pela Fundação Pierre Verger.
É interessante observar que a exposição “Todos Iguais, Todos Diferentes?” nos apresenta um trabalho muito menos antropológico e documentarista, porém exibe e reafirma uma obra e um Verger mais cosmopolitas e atemporais.