Pierre Verger e o forte de Ouidah
O forte de Ouidah foi um lugar especial na vida de Pierre Verger. Sua primeira visita, em fevereiro de 1936, se deu justamente na sua primeira viagem à África. Além disso, lá foi o primeiro lugar em que Verger ouviu falar sobre a influência da cultura brasileira no Benim.
Nos anos 40, Ouidah foi uma das cidades do Benim onde Verger passou mais tempo, junto de Porto Novo e Abomey, e o forte virou um dos seus principais interesses, devido ao fato de sua história dizer muito sobre a influência brasileira nos países do golfo do Benim. Na época, Verger escreveu um artigo sobre o forte de Ouidah, além de ter feito inúmeros comentários sobre o lugar no seu livro Fluxo e Refluxo, publicado em 1968, na França.
Em 1956, o forte foi um dos lugares onde ele levou o antropólogo e amigo Roger Bastide, que pela primeira vez visitava o Benim.
Nos anos 60, Verger participou ativamente, junto ao Embaixador da França - Guy Georgy - da transformação do forte, liberado pelos portugueses, em museu e espaço cultural. Além disso, ele trabalhou ativamente junto com o diretor do museu – Clément da Cruz – para criar um espaço expositivo no prédio principal do forte, apresentando parte do material encontrado durante as suas pesquisas, composto majoritariamente por cartas antigas do forte e da região. Para ilustrar a última parte da exposição, consagrada às religiões tradicionais e suas influências no Novo Mundo, Verger cede muitas das suas fotografias.
No inicio dos anos 80, ele participou também de diversas missões encomendadas pelo Ministério da Cultura Beninense e pela UNESCO para restaurar o forte e criar um centro internacional de estudos sobre o tráfico de escravos e a diáspora negra.
Verger fotografou o forte de 1936 até o final dos anos 60, sendo algumas destas fotos apresentadas nessas páginas.