Orixás – Museu da Fotografia de Fortaleza
A exposição Orixás, com fotografias de Pierre Fatumbi Verger, desembarcou na capital cearense, onde ficará em cartaz no Museu da Fotografia Fortaleza até maio de 2019. A mostra chegou à Fortaleza como parte das ações comemorativas em homenagem aos 30 anos da Fundação Pierre Verger. Com curadoria de Alex Baradel, Orixás apresenta ao público 65 obras do fotógrafo, antropólogo e babalaô francês. São fragmentos das intensas pesquisas e documentações que Verger realizou sobre a cultura religiosa iorubana durante as suas viagens entre a Bahia e a Costa do Benim, durante os anos de 1948 e 1978, e que culminaram na publicação do livro Orixás: Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, em 1983, que se tornou um marco nas tradições de cultos aos orixás na África e no Brasil. Em 2018 o livro foi reeditado pela Fundação Pierre Verger e foi lançado em Fortaleza durante a exposição.
A abertura da exposição aconteceu no dia 12 de janeiro, às 10 horas, com a presença de mais de 200 visitantes entre fotógrafos, amantes da fotografia, adeptos das religiões de matrizes africanas entre outros.


A programação do dia teve visita mediada, além da fala de Dona Cici, parte do patrimônio vivo da Fundação Pierre Verger, explicando a cultura do Candomblé e contando histórias da sua relação com o artista. Às 14h, aconteceu um bate-papo com o Presidente da Fundação Pierre Verger, Gilberto Sá, com o curador da exposição, Alex Baradel, com Dona Cici e com o fotógrafo Tacun Lecy.
Para a nova exposição temporária no MFF, foram preparadas ações especiais, que contemplaram desde a clássica contação de histórias, com Dona Cici, até a mais moderna tecnologia para inclusão e acessibilidade como a leitura de QR Code através de dispositivos móveis, para que deficientes visuais possam ouvir conteúdo descritivo acerca das obras.
MUSEU DA FOTOGRAFIA FORTALEZA – MFF
Administrado pelo Instituto Paula e Silvio Frota, detentor de uma das mais tradicionais coleções de fotografia do Brasil, o espaço cultural, reúne e divulga obras do mundo inteiro para a apreciação plena da arte fotográfica. Como ferramenta educativa, ensina e incentiva a percepção, produção, profissionalização e evolução do olhar por meio de cursos e eventos diversos. Com o objetivo de fomentar o conhecimento local, o Museu também busca tornar acessível e constante a educação pela fotografia. Sua estrutura comporta espaços abertos não só à exposição, mas à discussão, difusão, conhecimento e pesquisa sobre a fotografia. Tudo isto se torna possível com o auditório, a biblioteca, exibição de filmes e vídeos além de atividades como oficinas e workshops para congregar públicos de todas as idades, turistas, pesquisadores e admiradores. O MFF está aberto ao público com atividades diversas, acervo próprio, biblioteca para pesquisa, exposição permanente e exposições temporárias.
Exposição
Roda de conversa
Como parte integrante da programação da exposição Orixás, às 14 horas, o Museu da Fotografia Fortaleza – MFF realizou uma roda de conversa que contou com a participação de Gilberto Sá (Presidente da Fundação Pierre Verger – FPV), Alex Baradel (Responsável pelo Acervo Fotográfico da FPV e curador da exposição), Vovó Cici (Griô do Espaço Cultural Pierre Verger e Ebome do Ilê Axé Opô Aganju) e Tacun Lecy (Fotógrafo e Axogum do Terreiro Raiz de Ayrá).
A atividade teve início com Gilberto Sá relatando o histórico das atividades da Fundação nesses 30 anos, trazendo memórias da vida e obra de Verger. Em seguida, Alex Baradel falou sobre a concepção e montagem da exposição no MFF. Tacun Lecy prosseguiu com observações sobre a fotografia no candomblé correlacionando à documentação do Fatumbi e, finalizando, Dona Cici levou curiosidades da sua vivência com Verger – quando trabalhou com o fotógrafo na catalogação de negativos – e contou histórias de Orixás.
Após as apresentações, foi aberto um debate que contou com a presença de mais de 100 pessoas no auditório do Museu da Fotografia Fortaleza. No público presente estavam fotógrafos, estudantes, adeptos das religiões de matriz africana, educadores entre outros.
A roda de conversa foi transmitida ao vivo nas redes sociais do MFF.
Aplicativo
Com o objetivo de promover a inclusão e a acessibilidade do público, a exposição Orixás trouxe a tecnologia para o Museu da Fotografia Fortaleza. Pela primeira vez, uma exposição com obras de Verger utilizou a leitura de QR Code através de dispositivos móveis para que as pessoas portadoras de deficiência auditiva pudessem ouvir o conteúdo descritivo sobre as obras.
Para além dessa função, a utilização desse aplicativo, segundo conta o curador da exposição, Alex Baradel, “o aplicativo possibilita o acesso a mais informações não apenas sobre o que está exposto no espaço e traz mais conteúdo e fotografias sobre as temáticas abordadas. Também é uma forma de não poluir as salas com muitos textos e informações, deixando o ambiente mais leve.
Para utilizar a tecnologia é bem simples. Basta levar um aparelho celular com sistema Android, fazer o download do aplicativo “Orixás Fortaleza” e posicionar a câmera na direção dos QR Codes.
Visita virtual
