O Projeto

A mostra Nos caminhos afro foi concebida para ser apresentada em Vítoria / ES. Com curadoria de Alex Baradel, a ideia foi de trazer de forma ampla o trabalho fotográfico realizado por Pierre Fatumbi Verger sobre as culturas africanas e afro-brasileiras em diversas regiões do mundo. Baseada principalmente em fotografias feitas por Verger no Brasil e no Benim, inclua também imagens de Cuba, haiti, Togo, Mali, Antilhas francesas notadamente. Destaque não somente aspeitos religiosos dessas culturas, mas também cenas de culturas populares nessas diferentes regiões.

As 170 fotografias que compunham a exposição revelavam a proximidade de povos afrodescendentes de mais de 20 países e do Brasil com o continente-matriz, a África. Eram registros do cotidiano, da cultura e da religiosidade. Nos Caminhos Afro foi um convite a uma viagem no tempo com destino às sutilezas e às peculiaridades do universo interpretado por um fotógrafo-viajante, que realizou longas expedições entre 1932 e 1970. O interesse de Verger pelo povo de origem africana o levou a destinos como Cuba, Haiti, Serra Leoa, Santo Domingo, Estados Unidos, entre outros.

Com maestria, Pierre Fatumbi Verger registrou cenas que convergiam com o que há de mais genuíno no continente-mãe, com a leveza de quem retrata a vida por vocação, enxergando beleza em atos do cotidiano despercebidos ao olhar comum. Suas imagens revelam singularidades, como o Tambor de Mina no Maranhão, o Xangô em Pernambuco, o Candomblé na Bahia, além de feiras, mercados e festas populares, compondo um vasto leque sobre o cotidiano do povo negro. São qualidades tão características que, em sua época, se destacavam em meio a uma cultura europeia dominante e opressora.

Além das fotografias, os visitantes puderam assistir a dois vídeos: Olhares Nômades (2005) e Mensageiro entre dois mundos (1999). O primeiro é composto por 600 fotografias sobre a cultura popular nordestina, acompanhadas por trilha sonora original. Já o segundo, um documentário de Lula Buarque de Holanda, traz Verger dando sua última entrevista, antes de morrer, ao cantor/compositor Gilberto Gil.

Após a exposição no estado de espítrito Santos, a mostra foi escolhida pelo edital da Pertobras de mobilidade de exposição e graças a esse patrocinador percorreu 4 capitais de estados que nunca receberam mostas de Pierre Verger: Teresina/PI, Campo Grande/MS, Campina Grande/PB e Goiânia/GO.