Acervo fotográfico
O acervo fotográfico da Fundação Pierre Verger é composto por mais de 62.000 negativos originais, cerca de 12.000 ampliações e placas de contato, com fotografias capturadas entre 1932 e o final dos anos 1970, quando Pierre Verger parou de fotografar.
As imagens abrangem uma ampla gama de temas e foram tiradas em locais de cinco continentes, com maior concentração no Brasil e na África, especialmente nos países de Benim e Nigéria. As fotografias refletem a busca do fotógrafo por capturar a complexidade e a diversidade das experiências humanas.

Memórias de Pierre Verger
Quando Pierre Fatumbi Verger criou a Fundação em 1988, seu vasto acervo – composto por arquivos fotográficos, documentais e bibliográficos – foi reunido em sua própria casa. Os negativos eram guardados em caixas de madeira, enquanto as ampliações, às quais ele dava menos importância, ficavam em pastas avulsas, gavetas e até mesmo embaixo de armários.
No ano 2000, o projeto Une mémoire enfouie permitiu inventariar, reclassificar e guardar, de forma provisória, todo o seu conjunto de documentos (negativos, ampliações e correspondências). Neste projeto foi criado também um banco de dados, o qual permite consultar a obra de Verger integralmente.
A maior parte desses negativos se encontrava em bom estado de conservação, mas uma parte já apresentava sinais de degradação. As ampliações apresentavam ainda mais as interferências do clima e do tempo – inúmeras já estão cobertas por manchas e mofos, com marcas amareladas e de dobraduras, necessitando, portanto, de um trabalho de restauração.
Foi nesse cenário que o projeto Memórias de Pierre Verger, iniciado em 2011 e finalizado em 2015, atuou. Graças ao patrocínio da Petrobras e da Odebrecht, via Lei Rouanet, o projeto concluiu a organização e a preservação do acervo fotográfico da Fundação Pierre Verger através da digitalização integral dos negativos. Esse esforço culminou na publicação do livro Memórias de Pierre Verger, que reúne informações importantes sobre todo esse trabalho de preservação e digitalização das imagens. O livro está disponível para aquisição [comprar aqui].
Condições de Conservação/ Histórico de Tratamento do Acervo
O acervo fotográfico de Pierre Verger passou por um processo rigoroso de tratamento e preservação ao longo dos anos. Inicialmente, os negativos eram armazenados de maneira inadequada, em caixas de madeira, e as ampliações eram mantidas em pastas avulsas e gavetas, com condições de conservação precárias.
O processo de tratamento começou com o projeto Une Mémoire Enfouie (2000), que visava a reclassificação, inventário e o acondicionamento provisório do acervo, além da criação de um banco de dados que permite consultar integralmente a obra de Verger. A digitalização dos negativos foi iniciada em 2011 com o projeto Memórias de Pierre Verger, com o objetivo de garantir a preservação digital de mais de 62.000 negativos, além da restauração de cerca de 500 negativos danificados. A digitalização foi realizada com scanners de alta resolução, utilizando tecnologia de ponta para preservar a qualidade das imagens. Durante esse processo, cada negativo foi cuidadosamente higienizado, evitando danos adicionais ao material. Os arquivos digitais foram armazenados em formato Tiff de alta definição e copiados em múltiplos backups, tanto na Fundação quanto em locais alternativos, garantindo a segurança e a integridade do material. O acondicionamento das ampliações também foi reforçado com o uso de envelopes especiais e caixas adequadas, evitando o contato direto com substâncias que poderiam comprometer a conservação das imagens. Essas medidas asseguram que o acervo fotográfico de Verger seja mantido em boas condições para o uso futuro.
Temáticas do Acervo Fotográfico/ Localizações de Interesse
O acervo fotográfico da Fundação Pierre Verger abrange uma vasta gama de temas, com destaque para as culturas africanas e afro-brasileiras, a religiosidade, o cotidiano de diversas culturas e as viagens realizadas por Verger. As fotografias de Verger refletem seu respeito pelas tradições dos povos que retratava, especialmente no que diz respeito aos cultos de origem africana, como o Candomblé no Brasil e as cerimônias tradicionais na África. Além disso, o fotógrafo documentou as paisagens, o dia a dia e as interações entre as populações que encontrou em suas viagens ao redor do mundo, com um foco especial nos países de Benim e Nigéria.
Para facilitar a exploração do acervo, e sua visualização online, a Fundação criou a fototeca, que contém mais de 6.000 imagens digitalizadas e classificadas geograficamente.
