Fluxo e Refluxo se tornou um marco. Nas suas 718 páginas, exibe-se um estudo criterioso, que esclarece aspectos até então obscuros sobre a escravidão e suas consequências econômicas, sociais e políticas. Verger não economizou esforços: descreveu as relações comerciais, tratou das revoltas e rebeliões de pessoas escravos, das formas de emancipação, das condições de vida, da legislação, do retorno à África, da vida dos descendentes de brasileiros e outros pontos. Transcrevendo literalmente muitos dos documentos consultados em arquivos em Londres, Lisboa, Paris, Haia, Bahia, Rio de Janeiro e Lagos, produziu o seu livro mais historiográfico.
“Muitos dos pretos, ao voltarem libertos para a África com costumes brasileiros, fizeram lá uma espécie de Brasil, assim como se formou aqui uma espécie de África“, dizia Verger; que considerava importante o reatamento dos laços entre esses povos irmãos. Com Fluxo e Refluxo, vários artigos e outras iniciativas, ele tentou colaborar para essa aproximação. E, de fato, a sua obra promoveu e continuará promovendo muitos avanços nesse campo, pois ela continua sendo uma das mais importantes fontes de informação para brasileiros e africanos, que desejarem conhecer melhor a sua própria história.
