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Lançamento do livro "Pierre Fatumbi Verger, Du regard détaché à la connaissance initiatique"

du regard detache

Esse livro, às vezes com tons de biografia, é uma análise da obra científica e artística de Pierre Verger (1902-1996). Fotógrafo que rompeu com as obrigações da sua profissão, viajante do mundo, Verger se tornou etnólogo, botânico, historiador. Desde 1946, e isso até sua morte, dedicou-se durante 50 anos às pesquisas sobre as culturas negras do Brasil e da África (Nigéria, Benin) e o universo transoceânico dos orixás e voduns. Foi iniciado no Candomblé em Salvador da Bahia, na divinação de Ifá na cultura ioruba" (onde renasceu simbolicamente sobre o nome de Fatumbi) e em vários cultos secretos. Homem vindo do mundo imagético que não confiava na escrita, ele acabou redigindo um material etnográfico considerável a fim de mostrar a riqueza e a singularidade dessas culturas orais. Graças a seu percurso singular e seu insólito método de trabalho, Verger reuniu documentos artísticos, documentários científicos incomparáveis.

Esse livro é também uma reflexão mais geral sobre a dimensão particular e o alcance da experiência de Pierre Verger. De fato, essa "obra-vida" questiona de maneira profunda a "ciência do outro": ela convida a renovar métodos e a reconsiderar os postulados da antropologia (restituição do saber, distância do outro, iniciação do pesquisador, natureza do "segredo", etc.).
Composto de dez capítulos temáticos, esse ensaio inclui 140 fotografias de Verger que foram escolhidas pelo autor. O prefácio é assinado por Jean-Paul Colleyn, antropólogo, cineasta e diretor de estudos na EHESS (École des Hautes Études en Sciences Sociales / Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais).

Jérôme Souty é doutor em antropologia social (EHESS Paris). Faz pesquisas, particularmente no Brasil, nas áreas de antropologia religiosa, de uso das imagens nas ciências sociais, de antropologia urbana e de mundos contemporâneos.